O site SHERDOG publicou hoje uma entrevista com a lenda vida do Jiu Jitsu e do MMA, RICKSON GRACIE.
Acompanhe abaixo a íntegra da matéria.
by Marcelo Alonso (malonso@sherdog.com) - Foto: Denis Martins
Mais de uma década se passou desde que Rickson Gracie competiu no MMA, mas a faixa preta de jiu Jitsu de 52 anos ainda ocupa um lugar proeminente nas mentes e nos corações dos fãs mais hardcore. Gracie lutou em um evento no Japão, em maio de 2000, quando ele estrangulou o co-fundador do Pancrase Masakatsu Funaki com um mata-leão em pouco menos de 13 minutos. Ele se afastou do esporte com uma cartel perfeito de 11v-0d, com todas as 11 vitórias por finalização.
Nesta entrevista exclusiva para a Sherdog.com, Gracie discutiu o impacto do UFC 134 no Brasil, sua recente participação no Desafio Bintang Black Belt – campeonato de surf para os faixas preta de jiu-jitsu – e, talvez mais importante, a situação do jogo de chão no MMA moderno.
Sherdog.com: Você acredita que os lutadores de jiu-jitsu estão tendo problemas para fazer a luta de chão no MMA de hoje?
Gracie: Eu vejo isso como um novo estilo de lutadores em desenvolvimento, algo que foi inventado. Não há matchups entre estilos. Agora, todo mundo sabe tudo. É sobre os pontos fortes do indivíduo. O tempo de luta foi encurtada, os pesos foram equalizados e tecnologia foi incorporada ao treinamento. Não há mais romantismo em ver um cara menor lutar com um cara maior por duas horas. Pensando nisso, eu acredito que jiu-jitsu perdeu a capacidade de ser colocado em prática no MMA de hoje, porque é uma arte que você tem que esperar o momento certo. Agora, o MMA é um esporte para o lutador mais bem preparado, o cara que pode absorver mais socos e ainda ganhar. Há ainda uma admiração pela arte por aqueles que a praticam, mas há um declínio na forma como ela está sendo trabalhada no MMA. Minha motivação é completamente focado no conceito. Que é onde eu acredito que eu posso fazer a diferença: em fazer o garoto tímido se sentir normal, em fazer a mulher fraca acreditar que ela é forte. Quero que as pessoas tenham um senso de auto-defesa e um conceito do poder invisível. É aí que jiu-jitsu vai conseguir sua eternidade.
Gracie: Eu vejo isso como um novo estilo de lutadores em desenvolvimento, algo que foi inventado. Não há matchups entre estilos. Agora, todo mundo sabe tudo. É sobre os pontos fortes do indivíduo. O tempo de luta foi encurtada, os pesos foram equalizados e tecnologia foi incorporada ao treinamento. Não há mais romantismo em ver um cara menor lutar com um cara maior por duas horas. Pensando nisso, eu acredito que jiu-jitsu perdeu a capacidade de ser colocado em prática no MMA de hoje, porque é uma arte que você tem que esperar o momento certo. Agora, o MMA é um esporte para o lutador mais bem preparado, o cara que pode absorver mais socos e ainda ganhar. Há ainda uma admiração pela arte por aqueles que a praticam, mas há um declínio na forma como ela está sendo trabalhada no MMA. Minha motivação é completamente focado no conceito. Que é onde eu acredito que eu posso fazer a diferença: em fazer o garoto tímido se sentir normal, em fazer a mulher fraca acreditar que ela é forte. Quero que as pessoas tenham um senso de auto-defesa e um conceito do poder invisível. É aí que jiu-jitsu vai conseguir sua eternidade.
Sherdog.com: Você tem participado em muitos eventos lendários. Você ainda tem o desejo de competir outra vez?
Gracie: Há sempre aquele desejo de lutar, mas estou motivado por tudo que eu fiz até agora. Hoje em dia, eu tenho responsabilidades que me motivam mais do que tentar viver algo que eu já vivi. Hoje, meu foco é lembrar as pessoas do jiu-jitsu e da filosofia que vem com a prática. Não é dirigido a competição, mas a auto-defesa, auto-confiança, disciplina e controle emocional. Os valores que você aprende são inestimáveis.
Gracie: Há sempre aquele desejo de lutar, mas estou motivado por tudo que eu fiz até agora. Hoje em dia, eu tenho responsabilidades que me motivam mais do que tentar viver algo que eu já vivi. Hoje, meu foco é lembrar as pessoas do jiu-jitsu e da filosofia que vem com a prática. Não é dirigido a competição, mas a auto-defesa, auto-confiança, disciplina e controle emocional. Os valores que você aprende são inestimáveis.
Sherdog.com: Não há ninguém melhor do que você para descrever a importância do UFC 134. Como foi para ver 15 mil pessoas apoiando lutadores brasileiros?
Gracie: Foi muito bom – uma noite brasileira. Os caras lutaram muito bem. “Minotauro”, Anderson, ”Shogun”… todos fizeram um bom papel. E sentir a emoção que você só pode sentir no Brasil, onde você tem esse calor humano, foi ótimo. Eu gostei de participar de uma noite assim.
Gracie: Foi muito bom – uma noite brasileira. Os caras lutaram muito bem. “Minotauro”, Anderson, ”Shogun”… todos fizeram um bom papel. E sentir a emoção que você só pode sentir no Brasil, onde você tem esse calor humano, foi ótimo. Eu gostei de participar de uma noite assim.
Sherdog.com: Entre os lutadores brasileiros que competiram no UFC 134, quem você gostou mais?
Gracie: Os brasileiros tiveram uma grande noite. Eles foram empurrados pela multidão e estavam bem preparados. Eu adorei o Minotauro. Ele é um leão de um veterano. Ele estava bem preparado fisica e mentalmente, e ele calou um monte de bocas das pessoas. Anderson mostrou suas habilidades, o que não foi nenhuma surpresa. Eu esperava isso. Thiago Tavares foi grande, como foi o “Toquinho”. Todos mostraram o desejo de vencer, e eu os parabenizo.
Gracie: Os brasileiros tiveram uma grande noite. Eles foram empurrados pela multidão e estavam bem preparados. Eu adorei o Minotauro. Ele é um leão de um veterano. Ele estava bem preparado fisica e mentalmente, e ele calou um monte de bocas das pessoas. Anderson mostrou suas habilidades, o que não foi nenhuma surpresa. Eu esperava isso. Thiago Tavares foi grande, como foi o “Toquinho”. Todos mostraram o desejo de vencer, e eu os parabenizo.
Sherdog.com: Os norte-americanos o convidaram para sentar na primeira fila na Arena HSBC. Algumas pessoas estavam preocupadas que eles pegassem o MMA como sua criação. Quão importante foi para você ver seu pai, Hélio Gracie, reconhecido, junto com você e seus irmãos, Rorion Gracie e Royce Gracie?
Gracie: Foi justo o reconhecimento. Eles estão desenvolvendo um grande trabalho com marketing, mas tudo é nossa criação. Não é apenas sobre lutadores brasileiros, mas sobre o conceito e o espírito brasileiro por trás dele. Eles não reinventaram a roda, e nós temos os recursos necessários para fazer o mesmo tipo de show que eles têm. Temos material humano e um público interessado, e agora temos também os veículos de mídia necessários para integrá-los. Nós podemos ter um UFC no Brasil, que é mais importante do que reconhecer as ações dos outros.
Gracie: Foi justo o reconhecimento. Eles estão desenvolvendo um grande trabalho com marketing, mas tudo é nossa criação. Não é apenas sobre lutadores brasileiros, mas sobre o conceito e o espírito brasileiro por trás dele. Eles não reinventaram a roda, e nós temos os recursos necessários para fazer o mesmo tipo de show que eles têm. Temos material humano e um público interessado, e agora temos também os veículos de mídia necessários para integrá-los. Nós podemos ter um UFC no Brasil, que é mais importante do que reconhecer as ações dos outros.
Sherdog.com: Como foi o campeonato de surf?
Gracie: Eu perdi desta vez, mas foi muito legal ver essa comunhão e estar com meus amigos sobre o oceano. É incrível estar em um lugar tão bonito como a Prainha surfando com os amigos. Não há vencedores ou perdedores lá.
Gracie: Eu perdi desta vez, mas foi muito legal ver essa comunhão e estar com meus amigos sobre o oceano. É incrível estar em um lugar tão bonito como a Prainha surfando com os amigos. Não há vencedores ou perdedores lá.
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